Fique por dentro dos avisos, tire suas dúvidas e muito mais...

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quinta-feira, 22 de março de 2012

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Na mesma atmosfera de silêncio e isolamento, vive Lucrecia, de A Cidade Sitiada. O livro Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley em 1931, é uma "fábula" futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono. Essa Sociedade "perfeita" é mostrada por Huxley através da história de uma jovem típica, pertencente a uma das castas altas, que, em uma crise existencial, conhece uma reserva de selvagens e particularmente um selvagem (a reserva é uma alegoria para o mundo real). Os dois personagens representam o antagonismo entre a nova e a velha sociedades, os novos e os velhos padrões. Ela vive em uma sociedade formada por pessoas pré-programadas genética e psicologicamente para desempenhar um papel social e gostar deste, sem questionar ou desejar, nem mais nem menos, simplesmente ser o que lhe foi designado pelo Estado, mantenedor do Bem-estar geral. O selvagem, Bernard Marx, sente-se insatisfeito com o mundo onde vive, em parte porque é fisicamente diferente dos integrantes da sua casta. Num reduto onde vivem pessoas dentro dos moldes do passado (uma espécie de "reserva histórica" - semelhante às atuais reservas indígenas - onde preservam-se os costumes "selvagens" do passado (que corresponde à época em que o livro foi escrito), quando Bernard encontra a jovem oriunda da civilização e o filho dela, John, ele vê uma possibilidade de conquista de respeito social pela apresentação de John como um exemplar dos selvagens à sociedade civilizada.

Na obra, o autor mostra sua visão do futuro e profetiza um mundo bem diferente do que existia em sua época. Para ele, em 1931 vivia-se o pesadelo da excessiva falta de ordem, enquanto a sua fábula no século VII d. F. (depois de Ford) seria o pesadelo da ordem em demasia. Segundo ele próprio constata no seu Regresso ao Admirável Mundo Novo, escrito vinte e sete anos depois, em 1957, aquilo que ele imaginava num futuro distante, ou seja, as profecias feitas em 1931 já começavam a se realizar mais depressa do que ele pensava e O abençoado intervalo entre a excessiva falta de ordem e o pesadelo da ordem em excesso não começou e não dá sinais de começar

Como já citado, Huxley profetizou em Admirável Mundo Novo, uma civilização de excessiva ordem onde todos os homens eram controlados desde a geração por um sistema que aliava controle genético (predestinação) a condicionamento mental, o que os tornava dominados pelo sistema em prol de uma aparente harmonia na sociedade. Não havia espaço para questionamentos ou dúvidas, nem para os conflitos, pois até os desejos e ansiedades eram controlados quimicamente pelo "Soma", sempre no sentido de preservar a ordem dominante. A liberdade de escolha estava restrita a poucas matérias da vida. As castas superiores eram decantadas em "betas", "alfas" e "alfas-mais" e se originavam de óvulos biologicamente superiores, fertilizados por esperma biologicamente superior, recebendo o melhor tratamento pré-natal possível. Já as castas inferiores, bem mais numerosas, recebiam um tratamento diferenciado: provinham de óvulos inferiores, fertilizados por esperma inferior, passavam por um processo denominado Bokanovsky (noventa e seis gêmeos idênticos retirados de um só ovo) e eram "tratados prénatalmente, com álcool e outros venenos proteínicos".

Personagens principais

O Diretor: Um Alfa condicionado a servir à Fábrica.

Bernard Marx: Um Alfa-mais. Homem estranho para a Sociedade e curioso, que desejava em primeira instancia, relutar contra a Sociedade, procurando respostas, procurando sentir reais emoções. No entanto, revelou-se ao sentir o poder em suas mãos.

Lenina Crowey: Uma Beta. Linda, "pneumática". Condicionada a não amar, porém entrega-se a uma paixão no decorrer do conto.

Linda: Mãe do selvagem John, amante do Diretor. Teve de permanecer na reserva pois uma civilizada gorda e grávida era um ultraje à Sociedade.

John, o Selvagem: Filho de Linda e do Diretor. Curioso. Revela-se o personagem principal no decorrer do conto. Deseja ser livre. Deseja saber.

Wilson Hendelholtz: Amigo de Bernard. Escritor. Desejava a liberdade artística.

Mostafa Mond: o Administrador. Um Alfa-mais-mais. Um cientista enclausurado em sua vontade de pesquisar o que não podia. Como Administrador Geral, sua função principal é de "censurar" toda obra que possa "agravar" a estabilidade da Sociedade.

Tempo

O conto se passa no ano de 753 d.F. (Depois de Ford).

Enredo

história se inicia com um grupo de alunos Alfas em uma excursão didática a uma fábrica de homens. Nela, o Diretor apresenta-lhes o processo de fecundação, onde todo o novo ser é dividido em classes sociais, antes mesmo de sua concepção. São elas:

1. Alfas. Detentores de conhecimento. A casta alta. Vestem roupas cinzas.

2. Betas. Detentores de habilidades específicas para a realização de tarefas. Casta alta.

3. Gamas. Mão-de-obra. Formados pelo processo Bokanovsky1. Casta baixa. Vestem roupas verdes.

4. Deltas. Mão-de-obra. Formados pelo processo Bokanovsky. Casta baixa. Vestem roupas cáqui.

5. Ipsilons. Mão-de-obra. Formados pelo processo Bokanovsky. Casta baixa. Vestem roupas pretas.

Todos passavam por um processo de condicionamento, levavam anos escutando máximas didáticas sobre bons costumes durante as horas de sono. Isso garantia que todos respeitassem as leis impostas para que se conservasse a estabilidade. Todos eram assim "felizes". Nesta mesma fábrica trabalham Lenina e Bernard. Lenina é uma moça Beta, condicionada a somente ser feliz, cumprir suas tarefas na fábrica e servir a todos os homens. Bernard, um Alfa-mais, curioso, deseja sentir emoções, recusa-se a seguir as leis impostas. Lenina deseja acompanhar Bernard a uma viagem à Reserva de Selvagens. Bernard, ao pedir permissão ao Diretor para que pudesse realizar tal viagem, descobre que o homem já esteve na reserva acompanhado de uma amante e que esta se perdeu lá. Após chegarem à reserva, Bernard e Lenina ficam horrorizados com a paisagem humana. Podre e fétida, as aldeias de selvagens organizam-se para rituais e em meio a um deles, Bernard e Lenina conhecem o jovem John, pois é o único que fala sua língua (o inglês). John os apresenta à sua mãe, Linda, que descobrem ser uma mulher civilizada. Porém, sem tomar a ciência da Sociedade que torna a todos belos e com longevidade, Linda está gorda, horrenda, e horrorizada por ter tido um filho (ser mãe é algo obsceno à Sociedade, onde todos são de todos, todos são fabricados) não pode mais voltar à civilização. John é um rapaz curioso, bonito, aprendeu a ler lendo Shakespeare, deseja ser livre e aprender mais sobre a vida. Apaixona-se por Lenina, mas não se mostra desta forma, pois segue à risca os poemas do escritor inglês que lhe ensina a amar verdadeiramente, em espírito e não em carne. Bernard, de súbito, percebe que Linda trata-se da amante perdida do Diretor, e bola um plano: levar os dois selvagens com ele para a civilização e desmoralizar o Diretor, que tem planos de enviar Bernard à Islândia, castigando-o por seus atos contra a Sociedade. Ao chegarem em Londres, o Diretor é desmoralizado como previsto por Bernard e pede demissão da fábrica. O Selvagem, como fica conhecido John, torna-se o centro das atenções e todos desejam vê-lo. Bernard torna-se seu curador, responsável por mostrar-lhe todos os agrados da Sociedade. Linda, que sente-se horrenda, deseja tomar "soma" (uma droga que controla a Sociedade, uma fuga a todos os problemas) em grandes doses para esquecer sua vida para sempre. E assim se faz, Linda passa a viver em um apartamento no prédio onde reside também Bernard, vegetando.

O título de curador torna Bernard importante e poderoso. Possui dezenas de mulheres por semana. Deixa o poder subir-lhe à cabeça. Esquece de sua curiosidade e de sua amizade por Helmholtz. O Selvagem John não se agrada com o "Admirável Mundo Novo" que tanto sonhara. Recusa-se a aparecer em uma reunião com um ícone importante da Sociedade. Isso destrói a reputação de Bernard que volta a ser amigo de Helmholtz e o apresenta ao Selvagem. Helmholtz e o Selvagem tornam-se amigos, passam horas discutindo sobre Shakespeare e a "arte" do mundo civilizado. Helmholtz encanta-se pela arte proibida e obscena que John adora. Quanto a Lenina, esta tenta seduzir o Selvagem, mas a negação aos seus encantos por este torna-a apaixonada por ele, afinal, tudo que é mais difícil é também mais tentador. A paixão de Lenina pelo Selvagem é tanta que leva-a a tentar estrupá-lo em seu próprio apartamento. O Selvagem repudia Lenina e esta se tranca nua no banheiro a chorar. É neste mesmo momento que John recebe a notícia de sua mãe estar morrendo. John segue para o Centro de Indigentes, onde se encontra sua mãe Linda. Ao ver sua mãe morrer, John revolta-se, percebe que o que sempre quis não estaria naquele mundo novo, naquela prisão de felicidades. John então começa uma rebelião dentro do Centro de Indigentes, o que leva seus amigos Bernard e Helmholtz ao seu socorro. Os três são detidos e levados à senhora Fordeza, o Administrador Mustafa Mond. É nesta parte da história que tudo se torna claro. O Administrador faz a todos entender que a liberdade é perigosa para a sociedade, pois quebra a estabilidade. Por isso, não podem desenvolver a ciência ou a arte, pois estas precisam do caos para existirem. Então, propõe aos três amigos que escolham um destino onde possam ser livres. Bernard implora não deixar a civilização. Helmholtz escolhe as Ilhas Falkland, pela necessidade de um local com clima rigoroso e cheio de tempestades para escrever seus romances, para desenvolver a arte. O Selvagem John prefere viver em um velho farol entre Puttenham e Elstead. Neste farol, John deseja punir-se e purificar-se da civilização, querendo ser livre. Porém, sua paz dura pouco ao ser perseguido por repórteres e interesseiros que acabam por fazer um "filme sensível" de sua vida. Sua fama se espalha novamente e acaba cercado de pessoas civilizadas que o adoram. Por não ter mais alternativas, por não conseguir mais sua liberdade, John acaba enforcando-se, encontrando assim a paz eterna.

Texto tirado em: Passeiweb



  

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segunda-feira, 19 de março de 2012

A Metamorfose - Franz Kafka

Conto escrito por Franz Kafka, escritor tcheco com fluência em alemão. A obra foi lançada em 1915, e aborda sobre a vida de Gregor Samsa, personagem principal, que se sente oprimido pelo trabalho e pelo desprezo da própria família.
Gregor Samsa é um caixeiro-viajante que se sente sobrecarregado pela profissão e desmotivado pelo dia a dia cansativo das atividades laborais que cumpre rigorosamente, sente-se reduzido a um inseto. Mantém-se no emprego para pagar as dívidas dos pais, sentindo-se oprimido pelo trabalho e pela família.
O trabalho o toma mentalmente e está acima de suas próprias condições humanas. Grete Samsa é a irmã de Gregor Samsa, o caixeiro-viajante, que numa determinada manhã acorda com dores no corpo, sentindo-se impossibilitado a cumprir a sua rotina de trabalho, mesmo pressionado pela família e pelo gerente da firma à porta de seu quarto, não encontrava forças para se colocar de pé e pronto à encarar as pessoas e as obrigações do trabalho.
Na descrição do texto, Gregor sofre uma metamorfose, tornando-se num inseto incapacitado para o trabalho e atividades humanas. Perante o seu estado, houve estranhamento e repulsa por parte da família e do gerente da firma. Grete, a sua irmã, apesar de ter soluçado quando Gregor encontrava-se abatido e trancado no quarto, estava ausente na missão de trazer um médico que o socorresse e, sua ausência, fazia falta a Gregor no momento em que ele necessitava se justificar ao gerente.
Gregor, devido a seu estado, torna-se num estorvo assustador na casa. Horas depois, Gregor é isolado e trancado em seu quarto, a vinda do médico é dispensada. Gregor passa a ser tratado com distanciamento e certo nível de desprezo. Grete Samsa, inicialmente, presta uma atenção distanciada do irmão, devido ao seu espanto e temor  deixa restos de alimentos da família no quarto do irmão e, pouco a pouco, investiga o que lhe agrada como inseto.
A irmã era responsável por mantê-lo alimentado, ela suspirava, invocava aos santos, percebia o que ele realmente comia, mas com o pesar que recai sobre toda a família (mãe, pai e irmã).
Gregor, mesmo tendo assumido as despesas do lar como caixeiro-viajante, passou a ser oprimido a manter as obrigações da casa. Gregor, agora era um inseto, e sentia a perda do afeto dos pais em relação a ele, o mesmo afeto se perdia em relação a irmã. Grete Samsa cuida do irmão de maneira distante, sem buscar uma real solução, pois não suportava vê-lo num corpo de inseto, para não escandalizá-la Gregor se refugiava sob o canapé para não ser visto por ela e por ninguém.
A irmã havia resolvido retirar todos os móveis do quarto de Gregor, para que ele tivesse todo o espaço que um inseto necessita ter, a mãe discordou decidindo manter os móveis na esperança que Gregor, um dia, retornasse à condição humana. Grete insistiu e retirou o armário, deixando as paredes livres. Gregor circularia livremente pelas paredes do quarto, intimidando a entrada de todos em seus aposentos. A sua irmã, se dirigia ao cômodo mais para cumprir tarefas de “manutenção” do que prestar algum tipo de afeto ou atitude em favor de seu irmão.
Pouco a pouco, Gregor passou a se sentir maltratado e a família passou a se virar financeiramente para cobrir as faltas da renda de Gregor, um inseto desempregado. Gregor sente a rejeição da irmã que , antes de sair para trabalhar, deixava em seu quarto qualquer alimento às pressas. Gregor ao incomodar os inquilinos da casa ( a família tentava manter na casa uma pensão para conseguir uma renda complementar), torna-se alvo da expulsão por parte da própria irmã, nas palavras de Grete Samsa conclui-se o seu desprezo pelo irmão: “É preciso que isso vá para fora”. No fim, Gregor, um inseto muito ferido e isolado, morre sem gerar compadecimentos profundos na casa, todos passam a pensar em seus empregos e em suas próprias vidas.

Texto tirado em: Infoescola




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quinta-feira, 15 de março de 2012

Til - José de Alencar

Em um passeio pela fazenda, Berta, jovem pequena, esbelta, ligeira, buliçosa, grandes olhos, negros, boca mimosa. E Miguel que era, alto, ágil, de talhe robusto e bem conformado, encontram Jão Fera, homem de grande estatura e vigorosa compleição, que tinha fama de bandido. Após um desentendimento entre Jão Fera e Miguel ele vai embora a pedido de Berta.
Os dois amigos vão ao encontro de Linda e Afonso, irmãos gêmeos de cabelos castanhos e olhos pardos, filhos de Luís Galvão que era um bonito homem, de fisionomia inteligente e regular estatura, e de D. Ermelinda de 38 anos. Linda ama Miguel. Berta e Miguel se amam. Mas pra não fazer sofrer a amiga Linda, Berta faz de tudo para que Miguel ame Linda. E consegue.
Ficam sabendo que Luís Galvão vai fazer uma viagem para Campinas e que a mãe deles estava com mau pressentimento. Berta fica assustada, pois acha que Jão Fera está por trás disso, e parte pela floresta para evitar a emboscada. Chegando lá discute com ele que lhe tem muito amor, e consegue evitar o assassinato. Havia sido contratado por Barroso homem de cinquenta anos, uma barba ruiva e áspera, de mediana estatura e excessivamente magro. Este fica furioso ao saber que ele não cumprira o acordo. Jão fica em débito com Barroso e precisa de cinquenta mil réis para saldar a divida.
Todos gostavam muito de Berta, pois era alegre e de bom coração. Visitava constantemente Zana, uma mulher com problemas mentais.
Brás de 15 anos era feio, e descomposto em seus gestos. Tinha um ar pasmo, um olhar morno, com expressão indiferente e parva, ele também tem problemas mentais, ao sentir ciúme de Berta ele tenta matar Zana, é repreendido por Berta e se arrepende. Brás era filho de uma irmã de Luis Galvão, que morrera viúva, e por isso ele vivia na casa de seu tio. Ele dera a Berta o apelido de Til, pois quando ela lhe ensinava o abc ele achava o til do alfabeto gracioso, então o associou a Berta a quem queria muito bem.
Pelo assassinato de Aguiar, do Limoeiro, seu filho oferecera uma recompensa a quem matar o assassino Jão Fera. Avisado do acontecido por Chico, Jão pede que este vá ate o filho de Aguiar do limoeiro e peça cinquenta mil reis em troca Jão Fera ira a seu encontro.
Barroso e seu bando planejam provocar um incêndio na casa de Luis Galvão para matá-lo e depois apagando o incêndio Barroso pretende oferecer seus serviços à viúva e conquistá-la. Vingando assim a traição do passado, pois ficaria com a esposa daquele que manchara a honra de sua esposa Besita.
Ribeiro trocara seu nome para Barroso, tinha agora uma irrupção no rosto, Jão e Ribeiro tinham-se visto poucas vezes na época de Besita, por isso não se reconheceram quando se encontraram.
Na noite são João, Gonçalo, o pajem Faustino e Monjolo, trancam a senzala e ateiam fogo no canavial, Luis tenta apagar o fogo e e agredido pelas costas por Gonçalo, Jão o salva, e mata os três bandidos. Barroso foge.
Conforme o combinado, Jão se entrega ao filho de Aguiar, diz que ira pra onde ele quiser desde que ninguém toque nele, pois se isso acontecer esta desfeito o acordo e ele estará livre novamente. Os capangas tentam amarrá-lo, ele espanca todos e vai embora.
Barroso que ficara sabendo dessa prisão, volta para tentar matar Berta, Jão que estava solto novamente consegue pegá-lo e o mata de forma violenta. “Quem o visse dilacerando a vítima com as mãos transformadas em garras, pensaria que a fera de vulto humano ia devorar a presa e já palpitava com o prazer de trincar as carnes vivas do inimigo.”
Brás que presenciara tudo e como não gosta dele, leva Berta pra ver a cena. Ela foge horrorizada. Ele tenta explicar o ocorrido, ela bate-lhe no rosto. Percebendo que ela agora lhe tem asco, Jão se entrega a policia.
Luís resolve contar tudo a esposa, ela chora e decide que ele deve reconhecer Berta como filha. Contam tudo a Berta, omitindo porem as circunstancias desagradáveis, Berta sente que estão escondendo algo.
Jão foge da prisão e procura Berta, ela o faz prometer que nunca mais matara ninguém. Ele fala de Besita sua mãe e ela lhe implora que conte tudo. Ele conta.
Besita era a moça mais bonita da cidade, vivia com seu pai Guedes, Luís Galvão e Jão Fera, que eram amigos, apaixonam-se por ela, Jão achando que ela nunca o amaria abre mão desse amor para Luís, este só quer divertir-se não pretende casar-se, ela conhece Ribeiro e aceita casar-se com ele, Jão fica Furioso e se afasta de Luís. Besita casa-se com Ribeiro que desaparece logo depois do casamento, após receber um bilhete chamando-o com urgência a Itu. Alguns meses depois Besita e avisada por Zana que seu marido chegara, era noite, e no escuro ela se entrega as caricias do marido, depois descobre que não era ele e sim Luís Galvão. Jão pensa em matá-lo por isso mas ela o impede. Meses depois Luís casa-se com D. Ermelinda e nasce Berta filha de Besita. Elas vivem isoladas, moram com ela Zana que amamenta o bebe e Jão Fera, que cuida delas como um cão fiel.
Um dia Besita pede a Jão que vá a Itu comprar algumas coisas para o bebe. Durante sua ausência, aparece Ribeiro, que a acusa de traição e a estrangula, Jão chega e consegue salvar Berta, Ribeiro foge.
Nhá Tudinha, mãe de Miguel, ouve choro vindo da casa de Besita e vai ate lá, Jão conta o acontecido e ela adota Berta como sua filha. Zana enlouquece e continua morando na casa de Besita e tendo alucinações com a morte dela. Jão torna-se capanga e matador, tentando aplacar a furiosa sede de vingança que tem.
Ela o abraça e diz que ele cuidou dela e que e seu pai. Jão passa a trabalhar na terra.
Luís quer que Berta vá morar com ele e sua família, ela se nega e pede que leve Miguel que ama Linda. Miguel tenta convencê-la a ir junto, mas ela recusa. “Não, Miguel. Lá todos são felizes! Meu lugar é aqui, onde todos sofrem.” Eles partem para São Paulo. Berta fica.
“Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça.”









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domingo, 11 de março de 2012

Dom Casmurro - Machado de Assis

Curiosidade:
 
Dom Casmurro é um romance escrito por Machado de Assis em 1899 e publicado pela Livraria Garnier.
Foi escrito para sair diretamente em livro, o que ocorreu em 1900, embora com data do ano anterior. Completa a "trilogia realista" de Machado de Assis, ao lado de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, tendo sido esses dois escritos primeiramente em folhetins.
Seu personagem principal é Bento Santiago, o narrador da história que, contada em primeira pessoa, pretende "atar as duas pontas da vida", ou seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos Bento escreve sobre suas reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse relacionamento, que se torna o enredo central da trama. Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, se inicia com um episódio que seria recente em que o narrador recebe a alcunha de "Dom Casmurro", daí o título do romance. Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como a ironia e uma intertextualidade que alcança Schopenhauer e sobretudo a peça Otelo de Shakespeare.
Ao longo dos anos, Dom Casmurro, com seus temas como o ciúme, a ambiguidade de Capitu, o retrato moral da época e o caráter do narrador, recebeu inúmeros estudos, adaptações para outras mídias e sofreu inúmeras interpretações, desde psicológicas e psicanalíticas na crítica literária dos anos 30 e dos anos 40, passando pelo feminismo na década de 1970 até sociológicas da década de 1980, e adiante. Creditado como um precursor do Modernismo e de ideias posteriormente escritas por Sigmund Freud, o livro influenciou os escritores John Barth, Graciliano Ramos e Dalton Trevisan e é considerado por alguns a obra-prima de Machado. Além de ter sido traduzido para outras línguas, continua a ser um de seus livros mais famosos e é considerado um dos mais fundamentais de toda a literatura brasileira. 

Densidade e massa específica(Física B)

 Densidade e Massa específica

A massa específica (m) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o volume (V) correspondente:
Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm3 , mas no SI a unidade é o kg/m3 . A relação entre elas é a seguinte:
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Assim, para transformar uma massa específica de g/cm3 para kg/m3, devemos multiplicá-la por 1.000 . Na tabela a seguir estão relacionadas as massas específicas de algumas substâncias.

 
Substância
Água
1,0
1.000
Gelo
0,92
920
Álcool
0,79
790
Ferro
7,8
7.800
Chumbo
11,2
11.200
Mercúrio
13,6
13.600


 Observação:

É comum encontrarmos o termo densidade (d) em lugar de massa específica (m ). Usa-se "densidade" para representar a razão entre a massa e o volume de objetos sólidos (ocos ou maciços), e "massa específica"para líquidos e substâncias.
Exemplo
São misturados volumes iguais de dois líquidos com massas específicas de 0,50 g/cm3 e 0,90 g/cm3. Determine a massa específica da mistura.
Resolução:
Sendo os volumes iguais, temos V1 = V2 = V . Portanto, o volume da mistura é 2V. Por outro lado, podemos dizer que a massa da mistura é igual à soma das massas dos dois líquidos. Da relação

, temos :
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Fonte: Algo sobre vestibular
  

Exercícios:

01) Um objeto feito de ouro maciço tem 500 g de massa e 25 cm³ de volume. Determine a densidade do objeto e a massa específica do ouro em g/cm³ e kg/m³.

 02) Um cilindro tem 5 cm² como área da base e 20 cm de altura, sendo sua massa igual a 540 g. Esse cilindro é oco, tendo a parte oca central a forma de um paralelepípedo de volume de 64cm³. Determine:
a)     a densidade do cilindro;
b)     a massa específica da substância de que é feito.

3) Misturam-se massas iguais de dois líquidos de densidade d1 = 0,4 g/cm³ e d2 = 0,6g/cm³. Determine a densidade da mistura, suposta homogênea.

04) Misturam-se volumes iguais de dois líquidos de densidades d1 = 0,4 g/cm³ e d2 = 0,6 g/cm³. Determine a densidade da mistura, suposta homogênea.

5) Uma jóia de prata pura homogênea e maciça tem massa de 200g e ocupa um volume de 20cm³. Determine a densidade da jóia e a massa específica da prata.

06) Um cubo de aresta 8 cm é homogêneo, exceto na sua parte central, onde existe uma região oca, na forma de um cilindro de altura 4 cm e área da base 5 cm². Sendo 1.280 g a massa do cubo, determine:

a)     a densidade do cubo;
b)     a massa específica da substância que o constitui.

07) Determine a densidade de uma mistura homogênea em volumes iguais de dois líquidos de densidades 0,8 /cm³ e 1 g/cm³

08) Determine a densidade de uma mistura homogênea em massas iguais de dois líquidos de densidades 0,3 g/cm³ e 0,7 g/cm³.

09) (U. E. Londrina–PR) Dois líquidos miscíveis têm, respectivamente, densidades d= 3 g/cm³ e d = 2g/cm³. Qual é a densidade de uma mistura homogênea dos dois líquidos composta, em volume, de 40% do primeiro e 60% do segundo?

10) (UFRJ) Um recipiente contém um líquido A de densidade 0,60g/cm³ em volume V. Outro recipiente contém um líquido B de densidade 0,70 g/cm³ e volume 4V. Os dois líquidos são miscíveis. Qual a densidade da mistura?

Respostas:

01) 20g/cm³; 2.104kg/ m³.
02) a) 5,4 g/cm³ ;  b) 15g/cm³.
03) 0,48g/cm³.
04) 0,5 g/cm³.
05) 10g/cm³.
06) a) 2,5g/cm³;  b) 2,6g/cm³.
07) 0,9g/cm³.
08) 0,42g/cm³.
09) 2,4g/cm³.
10) 0,68g/cm³.

 Fonte: CEFETSP

Sociologia - O poder da mídia(história)


  

Curiosidade:

Meios de comunicação social são todas as tecnologias de media, incluindo a internet, a televisão, os jornais e a rádio, que são usados para comunicação de massa.
A utilização dos meios de comunicação de massa implica organizações geralmente amplas, complexas, com grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho. A empresa jornalística envolve o trabalho de diretores, jornalistas, redatores, fotógrafos, diagramadores, ilustradores, câmeras, gráficos etc.. O fato de a manutenção de um órgão de comunicação de massa ser bastante onerosa faz com que essas empresas dependam dos imperativos de consumo (máxima circulação, no caso de livros e filmes; garantia de audiência e venda de publicidade, no caso dos jornais, revistas, rádio e televisão) para sobrevivir ou se expandir.
Uma segunda característica básica dos meios de comunicação de massa é o fato de que eles necessariamente empreguem máquinas na mediação da comunicação: aparelhos e dispositivos mecânicos, elétricos e eletrónicos possibilitam o registro permanente e a multiplicação das mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas (disco, rádio) em milhares ou milhões de cópias. A produção, transmissão e recepção das mensagens audiovisuais (rádio, TV) precisa de milhares ou milhões de aparelhos receptores.
Outra característica típica dos meios de comunicação de massa é a possibilidade que apresentam de atingir simultaneamente uma vasta audiência, ou, dentro de breve período de tempo, centenas de milhares de ouvintes, de telespectadores, de leitores. Essa audiência, além de hetereogênea e geograficamente dispersa, é, por definição, constituída por membros anônimos para a fonte, aínda que a mensagem esteja dirigida especificamente para uma parcela determinada de público (um só sexo, uma determinada geração).

Fonte: Wikipédia

A onda - Dennis Gansel

Lançado exclusivamente para a televisão alemã, A Onda é um filme intrigante para trabalhar questões contemporâneas sobre educação, filosofia e política. Como esta coluna fixa trabalha exclusivamente com temas ligados à educação, literatura e cinema, abordaremos A Onda numa perspectiva educacional, guiando você, leitor, através do tema.
Dirigido por Dennis Gansel, A Onda traz a seguinte trama: Rainer Wegner, professor, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de "A Onda". Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e "A Onda" já saiu de seu controle. O filme é baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.

A guisa de preâmbulo, leia o discurso final, proferido pelo professor Ross:

“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.

No artigo sobre o filme Preciosa, de Lee Daniels, discutiu-se aqui algumas questões ligadas à educação numa ótica similar. Desta vez, nada diferente: A Onda nos abre caminhos para discutir o papel do professor na sala de aula e sua capacidade de formar opinião e abrir mentes. Neste filme, as coisas infelizmente ganham um rumo inesperado.

O realismo encontrado neste filme ficou por conta do contexto da crise econômica no sistema capitalista, que tem levado as principais potências imperialistas à recessão, punindo os trabalhadores com demissões e com o aumento da repressão política. Apresentando-se como um cenário fecundo para surgimento das intituladas “alternativas de poder”, A Onda ainda aborda o contexto de uma juventude descrente num futuro diferenciado, onde há falta de um ideal por que lutar, sendo assim, a entrega dos mesmos ao álcool e outras drogas.

Uma escola em ruínas

A Onda aborda todas as questões já recicladas pelo cinema contemporâneo: separação de grupinhos (o famoso buylling), desafetos trocando farpas em sala de aula (e nas ruas) e o fanatismo dos grupinhos fechados, algo visto de forma similar (mas sem conteudo) no recente Crepúsculo.

O fraco Crepúsculo aborda as “turminhas” formadas dentro do contexto da escola. Sucesso entre os adolescentes, o filme serve como alusão a um dos temas deste especial, que visa abordar esta formação de turmas como imposição de força de um grupo em detrimento de outro.
A Onda trabalha com terminologias ligadas aos estudos das ciencias sociais e filosofia, o que pode atrapalhar um pouco os mais desavisados, visto que o filme possui alta carga histórico-cultural alemã, tornando a simples disposição do espectador num exercício crítico incrível.
Ao formar o grupo "A Onda", dentro da escola, o professor vai ter a turma de seus sonhos. Todos engajados, com o assunto sempre na ponta da língua, portanto, como dito anteriormente, as situação vai ganhar status desagradável quando os alunos trocam a inserção “dentro da sala de aula” por fanatismo extra sala de aula.


A Onda e a culpa alemã: trocando o facismo em míudos.

Entre as décadas de 1920 e 1940, surgiu e desenvolveu-se, em alguns países da Europa, o fascismo. Era um sistema político, econômico e social que ganhou força após a Primeira Guerra Mundial, principalmente nos países em crise econômica (Itália e Alemanha). Na Itália, o fascismo foi representado pelo líder italiano Benito Mussolini. Na Alemanha, Adolf Hitler foi o símbolo do fascismo, que neste país ganhou o nome de nazismo.

Este sistema terminou com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Filmes como A Onda aportam na contemporaneidade cheios de sentimento de culpa e perdão pelos horrorres disseminados pelo nazismo (facismo). Os recentes O Leitor e O menino de Pijama Listrado são o verdadeiro pedido de desculpas dos alemães.

Em O Leitor, temos uma história na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, quando o adolescente Michael Berg (David Kross) se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos se passam e Berg, então um interessado estudante de Direito, se surpreende ao reencontrar seu passado de adolescente quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas.


No filme O Menino do Pijama Listrado, a história se concentra na Alemanha, Segunda Guerra Mundial. Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista que assume um cargo em um campo de concentração. Isto faz com que sua família deixe Berlim e se mude para uma área desolada, onde não há muito o que fazer para uma criança de sua idade. Ao explorar o local ele conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto aproximadamente de sua idade que sempre está com um pijama listrado e do outro lado de uma cerca eletrificada. Bruno passa a visitá-lo frequentemente, surgindo entre eles uma amizade.

Ambos, relacionados com A Onda, tema central desta análise, representam o tal pedido de desculpas dos alemães, seja em frases do roteiro, onde personagens assumem seu teor de culpa ou no desfecho final, quando algum alemão vai levar a pior, sendo castigado para obter a redenção desejada. Tal tema se relaciona estreitamente, servindo de rica alusão para tornar uma aula ou discussão mais rica em conteúdo.

Um dos ícones principais do nacionalismo: a bandeira
nacional

A ONDA E OS FATORES DA EQUAÇÃO NAZISTA

O primeiro ângulo a iluminar neste tópico é o fato de que o diretor/roteirista buscou trazer a baila as principais características do facismo.

O nacionalismo é uma delas. De acordo com pesquisas, pode ser considerado como doutrina ou filosofia política que prega valores tais como: bem estar social, e que o individuo deve guardar lealdade e devoção à nação. Assim, o Estado nacional é entendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por interesses comuns. Portanto, o nacionalismo pode ser entendido como um movimento político social que visa uma organização social que se fundamenta na coesão social, a identidade coletiva e a cultura das nações (Encina, 2004).

Benedict Anderson
Segundo Benedict Anderson, os conceitos de nação e nacionalismo são fenômenos construídos dentro da sociedade e são condições necessárias para o advento das ideias nacionalistas a presença da prensa e o desenvolvimento do capitalismo. Cultuado dentro dos estudos culturais, Anderson é descendente de irlandeses e de ingleses, mudou-se ainda criança para a Califórnia, já adulto foi para a Inglaterra e formou-se na Universidade de Cambridge. Registrou-se no programa de estudos sobre a Indonésia da Universidade Cornell, foi para Jacarta e para Tailândia. Atualmente é professor de estudos internacionais em Cornell e sua principal obra é Imagined comunities, publicada pela primeira vez em inglês no ano de 1983 e já traduzido para 21 idiomas. Sua última tradução brasileira é de 2008 com o nome de Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e difusão do nacionalismo.

Durante uma aula, o professor comenta sobre a copa do mundo, onde havia nas cidades várias bandeiras alemãs pelas ruas e um sentimento profundo de pertença à nação.

Apesar de em alguns momentos a trama apresentar dados que tornam espinhosa a sua compreensão, temos na citação acima, algo para ser estudado em paralelo com a teoria de Benedict Anderson, mundialmente conhecida como Comunidades Imaginadas. Segundo dados da pesquisa para desenvolver este especial, encontramos que no desenvolver de suas teorias, a noção que Anderson observa da "nacionalidade" vem, nos anos recentes, transformando-se uma força principal em muitos aspectos do pensamento moderno. Tanto o desenvolvimento das Nações Unidas, dos conflitos existentes e gerados pelas "subnações", do fim das dinastias européias e asiáticas em proveito de uma unificação estatal e linguística são evidências de que o nacionalismo é, certamente, reconhecido como uma moral hegemônica no mundo político moderno. Contudo, apesar da influência que o nacionalismo teve na sociedade moderna, Anderson acredita que suas origens conceituais são inadequadamente explicadas. Sua finalidade em escrever Comunidades Imaginadas é, então, fornecer um fundo histórico para o emergente nacionalismo e seu desenvolvimento, evolução, e recepção. A grande contribuição desta obra está em discutir o surgimento do nacionalismo não enquanto resultado da transformação histórica Européia, mas sim enquanto contribuição original dos países colonizados e asiáticos, rompendo assim com as interpretações "europocêntricas" no estudo das nações.

Capa do livro Comunidades Imaginadas,
de Benedict Anderson
Os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista. Defendiam amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e italianos. No filme, um dos rapazes vai obter ajuda financeira do pai para criação de buttons, cartazes, camisas e outros suportes para exibição da logomarca do grupo A Onda, mostrando mais uma vez a cumplicidade do roteiro em relação aos ideais facistas. Outro fator digno de exclusividade aqui é o militarismo, pois no fascismo, havia alto investimento na produção de armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras. Trazido para o contexto do filme, essa necessidade de ganhar poder entre outras nações pode ser relacionado com o desejo de dominar toda a escola, tornando-se uma turma altamente poderosa, impondo seus ideais como únicos e exclusivos.

Perceba como dentro de apenas um só filme, extraímos diversos assuntos como nacionalismo, instâncias de legitimação de poder, educação e relações pós-colonialistas, temas favoritos nas principais provas de vestibulares em todo país.

Para fechar, como de costume, analisaremos sete momentos oportunos do filme, e convidamos você, caro leitor, para acompanhar o próximo artigo cunhado no filme Um Sonho Possível (The Blind Side), sucesso de bilheterias no cinema e que está ganhando bastante espaço por tratar de temas como etnicidades e inclusão social.

Trailer do filme "A onda"

O FILME EM 7 MOMENTOS

Não quero que me ensinem a ser um idiota!
Momento do filme em que um dos alunos decide não participar da turma de Democracia, buscando adentrar na aula do professor Ross e sentir algo mais desafiante em sua vida cheia de simplicidade.
É uma questão de responsabilidade histórica
Trecho da trama em que um dos alunos reitera o argumento do pedido de desculpas pelas vítimas do holocausto. Reconhecer os erros da nação e buscar perdão do mundo.
Todos na vida usam uniformes. Mc Donalds, comissários de bordo, guardas de trânsito…
Momento em que percebemos os ditames da cultura da mídia, estudados com afinco pelo critico cultural Douglas Kelnner, explicados com mais veemência no artigo anterior, Faça a Coisa certa, publicado pelo Passeiweb em Janeiro.
Sua roupa não é um tipo de uniforme? Ela indica a que grupo você pertence…
Reiteração do comentário anterior.
É o nosso símbolo, vamos passar por cima da cidade como uma onda…
Trecho em que o grupo adota a logomarca e decidem metaforizar a imposição dos seus ideais como uma enorme onda tomando a cidade.
Ei turco, você fala muito com essa camisa branca…
As relações pós-coloniais debatidas em artigos anteriores como Cinema e 11 de setembro, divulgados aqui no Passeiweb, são explicitadas. Os brancos colonialistas agora precisam lidar com a presença do “outro”.
Queremos mexer com as pessoas… Michael Moore também faz isso…
Breve citação ao polêmico Michael Moore, diretor de documentários como Tiros em Columbine e 11 de setembro, em suma, repletos de acidez em relação ao então presidente dos Estados Unidos naquele período, o midiático George W Bush.
 Texto tirado em: Passei Web